BloombergNEF defende produção de aço de baixas emissões no país 

O Brasil é um dos candidatos a receber siderúrgicas para produzir aço com baixas emissões de carbono a preço competitivo. O país, além de reservas de minério de ferro, conta com energia de base limpa e barata, o que poderia reduzir os custos do aço à base de hidrogênio renovável. 

A tese, frequente no discurso do Instituto E+ considerando também o potencial do biometano, está repercutindo na pauta global, por meio de estudo da BloombergNEF. “Isto poderia levar a uma mudança na localização de novas siderúrgicas. Embora hoje estejam localizadas perto do minério de ferro e/ou dos seus centros de demanda, o fator mais importante no futuro poderá ser a co-localização com energia limpa 24 horas por dia, 7 dias por semana”, diz o documento. 

Segundo a BNEF, a produção siderúrgica com hidrogênio limpo poderia descarbonizar mais de 40% do setor em termos globais até 2050. Atualmente, a produção de aço é a maior consumidora industrial de carvão, sendo responsável por 7% das emissões globais de carbono. Em 2022, o carvão foi responsável por 74% de toda a demanda de energia na indústria, seguido por eletricidade (14%) e gás natural (9%). 

A BNEF também identificou que, até setembro de 2023, foram assinados 32 acordos para produção de aço à base de hidrogênio. Destes, 23 foram firmados pela H2 Green Steel (H2GS). A companhia anunciou que, até agora, garantiu o financiamento de cerca de 6,5 bilhões de euros para a primeira fábrica de aço verde em grande escala do mundo, que será instalada no norte da Suécia. Entre os financiadores da H2GS estão BNP Paribas, Microsoft Climate Innovation Fund e o Fundo de Inovação da União Europeia. 

Mas, na visão do E+, a atuação do Brasil desse tipo de projeto deve ir além da exportação do minério ou do hidrogênio, e focar na instalação de novas siderurgias no país e na adequação de unidades existentes. Isso não só geraria empregos de qualidade no país, como ampliaria nossos ganhos tendo em vista o prêmio a ser pago pelo aço verde. Além disso, poderiam contribuir para a redução de emissões do transporte marítimo, dada a proximidade do país em relação a grandes consumidores como Estados Unidos e Europa.

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