Financiamento climático, a vez das pequenas e médias empresas 

Os fundos para o financiamento de projetos ligados às mudanças climáticas precisam endereçar a adaptação das pequenas e médias indústrias às novas condições do comércio internacional relativas ao tema. 

A avaliação é da nossa diretora-executiva, Rosana Santos, que tratou do assunto em painel do evento “Financiando a transição verde: rumo a um futuro de baixo carbono e resiliência climática”, organizado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), a Capacity-building Alliance of Sustainable Investment (CASI), o Institute of Finance and Sustainability (IFS) e o JGP.  

Hoje, os países e blocos de nações estão se movimentando para definir regras de acesso a seus mercados que considerem o impacto das cadeias produtivas no clima, como o IRA, dos EUA, e o CBAM europeu, além de mecanismos surgindo em países asiáticos como Japão e Coreia. 

O Brasil tem diferenciais importantes em termos de matrizes energética e elétrica com participações significativas de fontes renováveis, mas isso não é suficiente para garantir que os produtos brasileiros superem diretamente essas barreiras: para se colocar na nova dinâmica global em formação, as empresas brasileiras precisam adaptar seus processos produtivos a critérios e certificações que tendem a ampliar muito os desafios para a exportação, e cujo custo é bastante elevado. 

Hoje esse tipo de exigência ainda não está no radar das empresas, mas isso é só uma questão de tempo. Além disso, um eventual desinteresse dessas companhias pelo mercado externo não as isenta de se preocuparem com o tema. Isso porque, na maioria dos casos, essas empresas fornecem seus produtos para outras maiores, estas sim exportadoras, que serão cobradas não só por suas condições de produção em relação à questão climática, mas também das de seus fornecedores. “Portanto, para se manterem no mercado, as pequenas e médias indústrias brasileiras precisam de apoio imediato”, destacou Santos. 

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