O potencial do biometano já é percebido e mapeado há anos no Brasil, com 31 plantas já em operação em 2025. Entretanto, avanços são necessários tanto para favorecer o ganho de escala, de modo a expandir a produção do insumo, quanto em termos de infraestrutura, para que o insumo tenha o impacto desejado na transformação industrial e transição energética do país.
Nesse sentido, é muito bem-vinda a decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de incluir entre as medidas prioritárias de sua agenda regulatória a criação de critérios de certificação para o biometano, bem como a definição de meta de redução de emissões para o gás natural, visando maior entrada do vetor biogênico no mix.
As decisões ocorrem no contexto das sinalizações da Lei do Combustível do Futuro (nº 14.993/2024), sobre o estímulo ao biometano como agente de descarbonização nas estratégias nacionais. Entretanto, ainda há um caminho a ser trilhado, com mecanismos para adequada valoração do prêmio verde do biometano e incentivo ao seu uso em contextos industriais de alto valor agregado.
O biometano é obtido a partir da purificação do biogás, uma mistura de gases proveniente da decomposição de resíduos orgânicos em ambientes onde não há troca de ar — a digestão anaeróbica.
Com centenas de unidades produtivas de pequena escala, o biogás também tem mostrado uma evolução importante no país: a quantidade de unidades produtoras do insumo com fins energéticos cresceu 18% em 2024, alcançando 1.633 plantas cadastradas, conforme dados do Panorama do Biogás 2024, do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás) divulgados pelo Valor Econômico.