A pergunta é uma provocação da nossa diretora-executiva, Rosana Santos, em artigo publicado no portal Ecoa em que discute as diferenças entre o Brasil e a maioria dos países no que se refere ao enfrentamento das mudanças climáticas.
“Para a grande maioria dos países, esse caos climático exige uma completa transformação na forma como se produz e consome energia, com a substituição de fontes fósseis por outras amigáveis ao meio ambiente. Trata-se de um processo extremamente custoso, num contexto ainda mais desafiador porque a própria crise agrava as condições econômicas”, escreve.
Por outro lado, o nosso país é um dos pouquíssimos com condições de se beneficiar desse cenário. “É que, apesar das ameaças dos extremos climáticos a diferentes áreas da economia (…), a qualidade das nossas matrizes energética e elétrica e o potencial de fontes limpas não explorado nos permitem contribuir, para além da nossa, também com a descarbonização de outros países”.
Para a autora, isso pode ser feito por meio do aumento da produção de baixo carbono por parte da nossa indústria, combinando o impacto internacional positivo com o nosso próprio desenvolvimento socioeconômico.
Mas é preciso ter cuidado: para transformar esse potencial em realidade, temos de preservar a qualidade das nossas matrizes, tendo cuidado com armadilhas que podem nos desviar dessa direção. Exemplo? É fundamental a manutenção, pelo Congresso Nacional, dos vetos da Presidência da República aos “jabutis” do PL das eólicas offshore.