O Brasil, apesar de contar com uma matriz energética predominantemente renovável, enfrenta grandes desafios para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Essas emissões são impulsionadas principalmente pelo desmatamento da Amazônia e práticas agropecuárias intensivas.
Mas, mesmo com esses obstáculos, o país possui um grande potencial para se tornar um líder na produção e exportação de produtos descarbonizados, como aço, vidro, cimento e produtos químicos, essenciais para ajudar outras nações a alcançarem suas metas climáticas. O aproveitamento desse potencial não apenas beneficiará o meio ambiente, mas também trará ganhos econômicos e sociais, gerando empregos e oportunidades de crescimento sustentável.
Clauber Leite, diretor de Energia Sustentável e Bioeconomia do Instituto E+, destaca que o país tem metas climáticas ousadas como parte de seu compromisso com o Acordo de Paris. O assunto foi tema de entrevista de Leite ao portal TrendsCE.
Segundo o especialista, o país se comprometeu a reduzir suas emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030 em comparação com as emissões registradas em 2005, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Para atingir essas metas, será necessário enfrentar desafios críticos, como o controle do desmatamento e a implementação de políticas públicas robustas.
Nesse contexto, o país está trabalhando em várias frentes para reduzir suas emissões. As iniciativas incuem o RenovaBio, um programa que promove a bioenergia através da certificação de emissões evitadas, e o desenvolvimento de um Mercado de Carbono, que visa a criação de um sistema para a negociação de créditos para a compensação de emissões.
Outras iniciativas importantes incluem o Plano ABC, voltado para a agricultura de baixo carbono, e o Nova Indústria Brasil (NIB), que busca tornar a indústria nacional mais sustentável e eficiente. Essas ações são essenciais para garantir que o Brasil faça uma transição energética eficaz e cumpra suas metas climáticas.
Mas, apesar do progresso, o caminho para a descarbonização não será fácil. O país enfrenta a resistência de alguns setores econômicos e a necessidade de fortalecer suas políticas ambientais.