A COP30 é uma vitrine para o Brasil demonstrar que a neutralidade de carbono só será atingida em 2050 se houver uma reorganização ao menos parcial das cadeias produtivas globais, num movimento que também garanta a transição energética justa.
Essa reorganização compreende principalmente o deslocamento de estruturas fabris para regiões que dispõem de recursos estratégicos para a descarbonização, como energia renovável em condições competitivas, minérios e outros materiais críticos.
Mas essa estratégia só vai funcionar se a implementação de medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas estiver presente de maneira transversal em toda a pauta da COP30, com foco nas ações efetivas que os países podem aplicar o mais rápido possível.
No caso do Brasil, isso pressupõe um engajamento da indústria nessa direção, de modo que a conferência proporcione benefícios concretos em favor da descarbonização.
Nesse contexto, merece destaque o estudo da PwC para a Abrace Energia que estima que a transformação do país num hub global de descarbonização poderia proporcionar um retorno da ordem de US$ 1 trilhão ao PIB do país, bem como a geração de 3 milhões de empregos de qualidade até 2030.
Mas, mais do que isso, a indústria pode desempenhar um protagonismo importante na condução diplomática dessa agenda, com a defesa, no contexto internacional, de que rotas “jabuticabas” de descarbonização sejam reconhecidas e aceitas no resto do mundo.
Confira mais detalhes no artigo da diretora-executiva do Instituto E+ Transição Energética, Rosana Santos, publicado em sua coluna em Ecoa, do UOL.