As relações geopolíticas internacionais se basearam, nas últimas três décadas, no Consenso de Washington. Por muito tempo acreditou-se que esse sistema proporcionaria uma aceleração do crescimento econômico médio e garantiria melhores condições de estabilidade macroeconômica.
De maneira geral, no entanto, o modelo não alcançou os efeitos desejados, em particular quanto às condições socioeconômicas da grande maioria dos países do Sul Global, que seguem extremamente desafiadoras.
Como parte desse insucesso está o fato de que, na divisão entre os países, à maior parte desse bloco coube a condição de fornecedores de matérias-primas de baixo valor agregado.
A falência desse paradigma e sua absoluta falta de condição de lidar com os desafios impostos pelas mudanças climáticas exigem uma nova reorganização internacional.
Essa reorganização passa por uma redistribuição das cadeias de produção e suprimento, com uma melhor distribuição de seus resultados, como a geração de postos de trabalhos e o crescimento econômico efetivo do Sul Global.
Como destacou o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, à medida que a COP30 se desloca para o Hemisfério Sul, olhamos para o céu e encontramos as cinco estrelas do “Cruzeiro do Sul” como nossa bússola para alcançar inflexões decisivas nos cinco pilares da UNFCCC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) – mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação”.
Proposta nesse sentido – o Consenso de Belém – é tema de artigo da diretora-executiva do Instituto E+, Rosana Santos, em sua coluna em Ecoa, do UOL.