E+ na COP-28: Na reta final, a dificuldade para enfrentar o “elefante na sala”

Durante a primeira reunião de encerramento da COP-28, nesta segunda-feira (11 de dezembro), a mensagem que mais foi destacada é a de que os integrantes da conferência do clima têm uma responsabilidade muito grande em seguir adiante com a meta do Acordo de Paris, garantindo esforços reais e efetivos para evitar que a temperatura global suba acima de 1,5oC.

A diretora-executiva do Instituto E+ Transição Energética, Rosana Santos, que acompanhou a reunião, avalia que a questão do uso de combustíveis fósseis está no centro do debate, e isso deverá estar presente no documento final que será apresentado nesta terça (12). “O fóssil é o elefante na sala, seja pela necessidade de banirmos e reduzirmos o consumo, seja pela grande presença da indústria petroleira na COP-28”, afirmou Rosana.

Na oportunidade, o presidente da COP-28, Sultan Al Jaber, clamou por flexibilidade e um pensamento aberto dos representantes dos países, para manter a credibilidade da conferência.

“Eu peço que os senhores considerem esse assunto com um pensamento diferente, cooperativo, e que todos sejam flexíveis”, disse. “Juntos temos a oportunidade de fazermos história, e mandarmos um sinal para o mundo de que o multilateralismo funciona e que o processo pode responder àquilo que a ciência está nos apontando, e manter o 1,5ºC dentro do nosso alcance”, disse Al Jaber. Ele também reforçou que o mundo está observando Dubai e que não se pode descansar, para não se desviar da meta.

Durante a reunião, o Azerbaijão foi confirmado para sediar a COP-29, e o Brasil a COP-30. A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática do Brasil, Marina Silva, afirmou estar tocada pela indicação da Amazônia para receber a COP-30, já que será uma oportunidade de conexão dos acordos firmados durante a Rio92.

Além disso, a ministra agradeceu à liderança da COP-28 “pelo senso de urgência que insta em todos nós para que saiamos daqui com resultados concretos”, acrescentando que sabemos qual é o desafio que teremos, como a necessidade de alinhamento dos temas de financiamento e meios de implementação.

Comando e controle – Também nesta segunda-feira, em evento de comemoração dos 15 anos do Fundo Amazônia, Marina Silva afirmou que as ações de comando e controle (como fiscalização e multas) não são mais suficientes para se atingir a meta climática. Agora, é preciso pensarmos mais em ações de pagamento por resultados alcançados. “Não é possível manter floresta em pé só com comando em controle. Agora, (o recurso) pode ser usado com pesquisa e inovação. Combinar ações de comando e controle com ações de desenvolvimento sustentável”, disse Marina.

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