A educação ambiental tem um papel fundamental no combate às mudanças climáticas, mas enfrenta desafios importantes de implementação. Esse foi o tema central da apresentação feita pelo secretário da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), Simon Stiell no evento “Oferecendo educação sobre mudanças climáticas: o papel crítico dos jovens e educadores”, ontem (19), durante a COP29.
Stiell destacou que menos da metade dos currículos escolares no mundo menciona mudanças climáticas e, quando o fazem, a abordagem é superficial. Além disso, apenas 23% dos professores se sentem preparados para ensinar ações de combate às mudanças climáticas, enquanto 70% dos jovens não conseguem explicar o tema adequadamente, conforme pesquisa com 17 mil participantes.
Na avaliação do especialista, a atual geração de estudantes busca uma educação que vá além do conteúdo cognitivo, abrangendo aspectos sociais, emocionais e comportamentais. Em resposta a essa demanda, a Unesco trabalha em parcerias com países baseadas em quatro pilares: escolas verdes, currículos adaptados, formação docente e capacitação de comunidades e sistemas educacionais, com os jovens desempenhando um papel central no processo.
Para apoiar a implementação dessa visão, dois documentos lançados em 2022 estabelecem padrões globais para escolas verdes e integram mudanças climáticas aos currículos. E agora, na COP 29, foram iniciadas consultas para novas publicações, com lançamento previsto para o próximo ano, alinhadas a um programa de assistência técnica já implementado em 20 países.
A educação climática proposta também busca abordar as raízes sociais e econômicas das crises ambientais, promovendo temas como justiça climática e economia pós-carbono, reforçando a necessidade de uma abordagem holística para enfrentar os desafios globais.