Annalena Baerbock chama países desenvolvidos a assumirem responsabilidade com metas e financiamento à altura dos desafios climáticos
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, elevou o tom e chamou atenção para a urgência de avanços concretos na transição energética e no financiamento climático em pronunciamento na COP29 hoje, último dia oficial da conferência.
Segundo a ministra, é essencial triplicar a quantidade de energia produzida com fontes renováveis e dobrar a eficiência energética para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Diante desses desafios, Annalena conclamou com firmeza os líderes globais a continuarem trabalhando sobre os avanços obtidos em Dubai e a fortalecerem compromissos comuns para garantir um futuro sustentável e equitativo.
Baerbock defendeu que o financiamento climático sirva como um instrumento para impulsionar a transição energética global, enfatizando a necessidade de justiça climática. “Não podemos continuar como de costume. Precisamos levar a transição verde para dentro de casa”, afirmou, reforçando que compromissos claros são indispensáveis inclusive para os países avançarem no cumprimento de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Ela também chamou atenção para a necessidade de alinhar clima e finanças, apontando para o sucesso alcançado na COP28 e defendendo uma nova abordagem para o financiamento climático. “Não se trata apenas de números sem respaldo financeiro. Devemos assumir nossa responsabilidade, ampliando a base energética para novos mecanismos de financiamento”, disse.
Nesse contexto, ressaltou que os grandes emissores devem contribuir mais, por meio de medidas bilaterais e multilaterais. Além disso, destacou a importância de oferecer acesso a financiamento para os países mais afetados pelas mudanças climáticas, que frequentemente enfrentam desastres econômicos além dos climáticos.
Entre as possibilidades está a reestruturação de dívidas de países vulneráveis e o compromisso europeu em liderar a ação climática com ambições e responsabilidades claras, além de cooperação internacional. “Vimos na Assembleia da ONU, em setembro, que muitos querem concordar com os mesmos objetivos; precisamos de todos a bordo”, declarou.