Povos tradicionais devem participar de debate sobre mercado de carbono

Debate durante a COP29, com participação do Instituto E+, abordou o tema; como sede da COP30, Brasil terá papel central nos próximos debates

A relação entre mercados de carbono e os direitos dos povos tradicionais foi tema central de evento na COP29, em Baku (Azerbaijao), nesta quinta-feira (21), com a presença de representantes do Instituto E + Transição Energética. No evento, também foram discutidas outras oportunidades, bem como desafios, para incluir essas comunidades nas soluções climáticas.Participaram do painel Helen Magata, indígena Kankanaey Igorot das Filipinas, coordenadora do programa de Clima e Biodiversidade do Tebtebba; e Joseph Ole Simel, líder Maasai do Quênia e observador do FCPF, representando a organização “Maasai Integrated Development Organization (MPIDO)”.

A perspectiva é que esse debate ganhe força no Brasil no ano que vem, tendo em vista inclusive a COP30 será sediada por um estado brasileiro com grande comunidade indigena, o Pará. 

A discussão enfatizou a necessidade de soluções integradas que abordem questões ambientais e socioeconômicas, e que sejam definidas com participação direta dos povos locais, originários e tradicionais. 

Também foram destacados os desafios para mobilizar financiamento acessível por essas comunidades e garantir mecanismos de responsabilização para evitar violações de direitos.O debate também ressaltou a importância de capacitação técnica, que valorize os conhecimentos tradicionais , e maior transparência nas transações de mercado. 

Atualmente, a falta de acesso a informações sobre as negociações de carbono tem gerado desigualdades, um problema que pode ser mitigado com estruturas financeiras mais claras e mecanismos para resolução de conflitos, apontaram os painelistas.

Outro ponto essencial é a necessidade de integrar os sistemas tradicionais de subsistência às estratégias climáticas, promovendo meios de vida sustentáveis e respeitando as particularidades culturais e geográficas das comunidades. 

Os palestrantes destacaram ainda a importância de os povos indígenas serem vistos pelos demais atores sociais como parceiros igualitários, garantindo que os benefícios dos projetos sejam distribuídos de forma justa.

Posts relacionados

Evento

Instituto E+ ingressa na Frente de Consumidores de Energia 

Nesta quarta (14), diretora Rosana Santos participa de seminário da entidade.  O Instituto E+ Transição Energética acaba de ingressar na Frente Nacional dos Consumidores de ...
LEIA MAIS
A comunicadora e ativista climática Marcele Oliveira, de 26 anos, foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para representar os jovens brasileiros como Campeã de Juventude da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que será realizada em novembro, em Belém, no Pará.
COP30

Escolha de Jovem Campeã da COP garante equilíbrio à liderança da conferência

O presidente Lula escolheu a produtora cultural e ativista climática Marcele Oliveira como Jovem Campeã Climática da COP30. No cargo, Marcele tem a responsabilidade de ...
LEIA MAIS
Artigo de Opinião

Energia: Tramitação de reforma via MP aumenta risco de jabutis

Instituto E+ também vê com preocupação o fato de a proposta não tratar da necessidade de aumento da flexibilidade do sistema elétrico; por outro lado, ...
LEIA MAIS
Clipping

Transição, por que tanta pressa? 

Porque as metas do Acordo de Paris já não suficientes para limitar o aumento da temperatura média na Terra em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, ...
LEIA MAIS