Mecanismo não é sinônimo de racionamento e já foi adotado com sucesso em diversos países.
A resposta da demanda é um mecanismo de mercados de energia que consiste na redução do consumo por grandes consumidores em determinados períodos, de modo que essa energia possa ser destinada ao atendimento de outras cargas.
Com isso, evita-se o acionamento de usinas termelétricas mais caras e poluentes. A perspectiva é que o modelo ganhe cada vez mais espaço diante do crescimento da participação das fontes renováveis variáveis nos sistemas elétricos da maioria dos países.
O mecanismo é estabelecido por meio de contratos com os consumidores, de maneira equivalente ao que é feito com geradores. Ou seja, todos os termos são acordados previamente, com a devida remuneração das empresas envolvidas.
Essa redução pontual de consumo pode ser feita com grande agilidade, mediante determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), de maneira semelhante à entrada em operação de uma hidrelétrica.
O mecanismo de operação de setores elétricos já foi testado e aprovado em diversos países, inclusive no Brasil, e garante a flexibilidade operativa necessária em matrizes com participação cada vez maior de fontes variáveis, como eólica e solar, a custo inferior ao de usinas térmicas.
O modelo é um mecanismo de mercado e não tem nada a ver com racionamento de energia. Atualmente, tem sido usado com sucesso no PJM, um dos maiores operadores independentes dos Estados Unidos, no qual 10,6 GW (ou 7,3% da demanda de pico) são colocados à disposição do operador.
A perspectiva da Agência Internacional de Energia é que, junto ao armazenamento de energia, a resposta da demanda contribua com cerca de 25% das necessidades de flexibilidade operativa em 2030 e por metade dos requerimentos em 2050, para que se atinja o net-zero.