Main conclusions:

  1. Um sistema elétrico com uma participação de 95% de fontes renováveis tem os mesmos custos, ou até mesmo menores, do que um sistema baseado em fontes fósseis, segundo a maioria das suposições para os preços futuros de combustíveis e CO2. Um sistema baseado em carvão só seria significativamente mais barato se preços extremamente baixos de CO₂ fossem esperados em 2050 (20 euros/t). Da mesma forma, um sistema baseado em gás natural seria apenas significativamente mais barato se os preços do gás forem baixos e os preços de CO₂ não forem altos (ou seja, abaixo de 100 euros/t).

  2. Um sistema baseado em fontes renováveis isola a economia dos preços voláteis das commodities, já que os custos dos sistemas baseados em fontes fósseis dependem fortemente das tendências de preços de combustíveis e de CO₂. Os custos variáveis (principalmente para combustível e CO₂) são responsáveis por 30% a 67% dos custos totais dos sistemas baseados em fontes fósseis. Por contraste, os custos variáveis representam apenas 5% dos custos nos sistemas baseados em renováveis.

  3. Um sistema elétrico com uma participação de 95% de fontes renováveis reduz as emissões de CO₂ em 96% em relação aos níveis de 1990, a custos de redução de CO2 de cerca de 50 euros/t. Uma transição energética baseada em fontes renováveis pode, assim, ser considerada uma política climática eficiente, pois os custos de danos do CO₂ estimados são muito mais altos (80 euros/t a curto prazo e de 145 a 260 euros/t a longo prazo).

Summary:

O ano de 2050 está associado a muitas esperanças e medos. Até esse ano, a Alemanha pretende completar sua transição para um sistema elétrico baseado quase completamente em fontes renováveis. Mas tal sistema será financeiramente viável?

Para responder a essa pergunta, pedimos aos especialistas do Öko-Institut que estudassem várias opções para o desenho do sistema de energia no futuro e comparassem os seus custos.

O estudo considera quatro cenários diferentes para o sistema de energia em 2050: dois cenários basea­dos em combustíveis fósseis (um em carvão e outro em gás natural) e dois cenários com sistemas basea­dos em fontes renováveis que diferem em termos de implantação de tecnologia de armazenamento. Nessa comparação “2×2”, os autores avaliam os custos totais do sistema e as emissões de CO2 produzidas por con­figurações alternativas do sistema de energia.

Uma conclusão importante do estudo é que as vantagens relativas associadas a cada cenário dependem fortemente dos preços futuros dos combustíveis e CO₂. E, embora seja difícil estimar os preços que prevalecerão em 2050, o exercício de raciocínio conduzido neste estudo deixa clara uma coisa: abandonar a transição de energia não significa que os custos desapareçam – isso apenas leva a custos diferentes. E que podem acabar sendo maiores do que o esperado.