NYCW: Transição energética no Sul Global passa por inovação e desenvolvimento 

A transição energética nos países do Sul Global tem de incluir o debate sobre o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões e mecanismos para financiá-lo. Além disso, é preciso inovar, não apenas em termos de tecnologia, mas também na forma como são enfrentados desafios relativos ao assunto, bem como a conservação da biodiversidade, o combate ao desmatamento e as condições da indústria de mineração: a avaliação do gestor de projetos da Asuntos del Sur, Ignácio Lara, deu o tom do debate “Do G20 à COP30: lições e iniciativas em favor da descarbonização industrial no Sul Global”. 

O evento, que foi realizado na última sexta-feira (27 de setembro) pelo Instituto E+ Transição Energética como parte da agenda paralela da New York Climate Week, teve o objetivo de discutir a experiência da presidência brasileira do G20 e recomendações de temas prioritários para a COP30. A moderação ficou por conta de Teresa Liporace, do Conselho Deliberativo do E+. 

Nesse contexto, a diretora de Estudos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas (IPEA), Fernanda De Negri, destacou o desafio de se repensar o crescimento econômico aumentando a eficiência do uso dos recursos e melhorando a qualidade de vida das populações. Além disso, defendeu a adoção de soluções escaláveis, que possam ser usadas no mundo todo. Na visão da economista, os instrumentos para tanto incluem regulações relativas a emissões, condições de financiamento (inclusive em termos tributários) e desenvolvimento tecnológico.  

Ao mesmo tempo, os debates têm de reconhecer a heterogeneidade dos países em desenvolvimento, na visão da superintendente da CEEW, da Índia, Shuva Raha. A especialista também destacou que os países precisam ser organizar em blocos estratégicos intercontinentais, não apenas como blocos regionais.  

Sociedade civil – Também participando do evento Natalia Tsuyama, do Engajamundo, destacou a importância de as vozes da sociedade civil serem levadas em conta nos debates – como está acontecendo nas discussões do G20 no Brasil –, para ampliar o foco nas questões sociais, não apenas econômicas, evitando que aumentem as desigualdades. 

A perspectiva da pesquisadora Jordan McLean, do South African Institute of International Affairs (SAIIA), é que essas questões continuem no centro dos debates na África do Sul, que vai liderar o G20 no ano que vem. “A presidência da África do Sul também deve ser robusta e corajosa nesses temas tensos internacionalmente”, disse.  

Confira a íntegra do evento em nosso

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