A descarbonização da indústria brasileira deve ser a alavanca da neondustrialização e do desenvolvimento do Brasil. Essa é a principal mensagem que o Instituto E+ Transição Energética apresentará na COP 28, que começou hoje em Dubai.
Com presença confirmada em mais de 20 eventos durante a conferência, a delegação do E+ é formada pela diretora-executiva, Rosana Santos, o coordenador técnico, Clauber Leite, e a consultora sênior, Stefania Relva.
A proposta do Instituto é que o Brasil aproveite seu potencial de produção de energia renovável para a produção de hidrogênio e biometano, dois combustíveis com baixo potencial de emissões de gases de efeito estufa.
A ideia é que o hidrogênio não seja destinado à exportação, e sim usado no processo de neoindustrialização, com a modernização e a descarbonização de indústrias hoje dependentes de combustíveis fósseis, como as de aço, química e de fertilizantes. Além disso, a transformação industrial pode ser beneficiada pelo alto potencial de produção de biometano no país, com o aproveitamento de resíduos agrícolas e urbanos para produção do insumo que pode substituir de maneira direta o gás natural.
“Essa política não só pode atrair investimentos industriais interessados num ambiente competitivo e de baixas emissões de gases de efeito estufa, como promover a expansão do PIB industrial, a geração de empregos de qualidade e a promoção de maior distribuição de riquezas”, destaca Rosana, acrescentando que essa equação é possível graças também ao interesse de diversos países por produtos mais limpos. “Exigências como as do CBAM (Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira) indicam que o mundo pagará um prêmio “verde” por produtos feitos com energia limpa”, completa a diretora.
Além disso, o Instituto E+ defende o estabelecimento de um Consenso de Belém na COP30, que acontecerá no Brasil. A ideia é reorganizar as cadeias de suprimento globais com vistas a reduzir a pegada de carbono dos produtos e do comércio global de maneira geral, além de distribuir de forma mais equânime a criação de empregos de qualidade e a renda.
Sobre o E+ – O Instituto E+ Transição Energética é um think tank brasileiro independente cuja missão é fomentar o desenvolvimento de políticas de transição energética para o país, por meio da produção de conhecimento e da promoção de debates. Essa transição passa prioritariamente por políticas de descarbonização de indústria. Além disso, a transição deve ser socialmente justa, economicamente eficiente e sempre comprometida com as evidências científicas das mudanças do clima. Saiba mais em https://emaisenergia.org/