Neutralidade tecnológica para a construção de um mercado net zero 

Falar que alguma fonte de energia é “verde” para dizer que ela é produzida a partir de fontes não-fósseis já é algo conhecido. Porém, para alavancarmos um mercado de produtos de baixo carbono produzidos com essa energia, será preciso criar uma linguagem comum, que tenha o mesmo entendimento entre os países sobre o que está ali naquele produto em termos tecnológicos.  

Essa discussão foi um dos destaques do painel “Market mechanisms to reach net zero”, realizado neste sábado durante a COP-28, em Dubai, com participação da diretora-executiva do Instituto E+ Transição Energética, Rosana Santos.  

Uma “linguagem comum” será necessária para que todos os stakeholders do mercado, doméstico e internacional, tenham o mesmo entendimento sobre os produtos. Será preciso ter uma definição comum para o hidrogênio de baixa emissão, e ainda para o que é cada um dos produtos feitos a partir desse energético e de outros novos combustíveis renováveis.  

Por exemplo, teremos de discutir o que é o “aço verde”, para termos um entendimento comum daquilo que pode ser considerado ou não como esse produto de baixa emissão.  

“Essa definição comum não pode ser de sorte a excluir rotas ou tecnologias. Preferencialmente, neutra tecnologicamente”, afirmou Rosana Santos durante o painel.  

Para fazer essa agenda sair do papel, os países do grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) terão papel essencial, segundo os painelistas. No evento, integrantes das comitivas desses países discutiram formas de cooperação para empurrar essa agenda.    

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