Resumo:

Ondas de entusiasmo em relação ao hidrogênio já existiram em outros momentos do passado. Então o que há de diferente agora? Que papel o hidrogênio, em particular aquele produzido a partir da eletrólise de água com eletricidade renovável (chamado de hidrogênio verde), pode assumir na transição energética mundial? Metas de neutralidade climática, traduzidas em apostas bilionárias de economias maduras como Alemanha e Japão, e de economias crescentes como China, Chile e Coréia do Sul, parecem dar sustentação a esta nova onda. As perspectivas são audaciosas e muitas oportunidades se abrem a economias com grande infraestrutura industrial e disponibilidade de recursos renováveis, como o Brasil. No entanto, vale a pena o país investir em todas as etapas dessa cadeia? Há oportunidades reais no mercado internacional de tecnologias de produção, transporte e uso de hidrogênio verde? Qual o papel da eletrificação direta? Quais os caminhos estratégicos que se abrem para o país? E quais desafios precisam ser superados para realizar as oportunidades?

O presente artigo oferece uma análise crítica e propositiva sobre o papel do hidrogênio verde na economia brasileira, e busca trazer elementos para auxiliar na formulação de políticas públicas e em tomadas de decisão que coloquem o país numa posição central no futuro verde que redesenha a indústria e o setor energético global.